The Project Gutenberg eBook of O Máo Rei e o Bom Subdito: Um Trecho da Historia Portugueza

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Title : O Máo Rei e o Bom Subdito: Um Trecho da Historia Portugueza

Author : Unknown

Release date : September 3, 2009 [eBook #29898]

Language : Portuguese

Credits : Produced by Pedro Saborano (produced from scanned images
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*** START OF THE PROJECT GUTENBERG EBOOK O MÁO REI E O BOM SUBDITO: UM TRECHO DA HISTORIA PORTUGUEZA ***

  

O MÁO REI,

E

O BOM SUBDITO.

O MÁO REI,

E

O BOM SUBDITO:

UM TRECHO

DA

HISTORIA PORTUGUEZA.

LISBOA,
NA IMPRENSA NEVESIANA.
Rua do Loureiro, n.º 15.
1851.

{5}

O MÁO REI,
E
O BOM SUBDITO.

ElRei D. Sancho 2.º, denominado o Capello , ou por causa da sua maneira de vestir (mais monastica que militar), ou em razão de seu natural timido e fraco, parecia antes mais proprio para viver retirado em um mosteiro, que para governar um Estado. Quando seu pai morreu, tinha elle 26 annos, e como era descuidado dos negocios do reino, e completamente inhabil para o cargo que herdára, cada um vivia em Portugal muito á sua vontade, tanto por causa da brandura do monarcha, e da sua simplicidade, como em razão da maldade de seus conselheiros, e validos; porque estes, vendo-o tão bem disposto para lhes deixar executar os máos desejos, se servião de suas faltas para satisfazer sua avidez.

Ora, havia n'este tempo em Castella uma viuva muito moça, bella, e de grande ascendencia; era D. Mecia de Haro, filha de D. Lopo Dias de {6} Haro, senhor de Biscaya, e de D. Urraca Affonso, filha natural d'Affonso 9.º Rei de Leão. Esta dama tinha sido casada com D. Alvaro Perez de Castro, filho de D. Pedro Fernandez de Castro, o Castelhano, e de D. Ximena Gomez, sua mulher, com quem havia tido longos amores. E era este o mesmo que se mostrava tão louco com a sua paixão, e tão contente de si proprio, que um dia tendo o Rei de Castella vindo pôr o cerco diante de uma de suas cidades, tinha mandado armar as muralhas de panno de sêda, dizendo que não queria outra defeza entre elle e os que o vinhão atacar. Emfim, tendo-se casado com D. Mecia, e tendo vivido alguns tempos com ella, havia morrido sem deixar filhos.

Foi então que achando-se D. Mecia no mais subido auge de seus encantos, os validos d'Elrei D. Sancho, que conhecião suas inclinações, exaggerárão de tal modo a belleza d'esta dama, que o persuadírão a toma-la por mulher. Sendo elles, pois, os authores da sua união, D. Mecia reconheceo sempre a obrigação em que lhes estava; e foi para com elles tão excessiva a sua gratidão, que por causa d'ella esteve o reino a ponto de se destruir. D. Mecia, com seus validos e os conselheiros d'ElRei D. Sancho, dispunha de tudo a seu bel-prazer, dando os empregos e os beneficios, fazendo o bem e o mal conforme lhe agradava.

Então os nobres e os prelados fizerão advertencias a Elrei D. Sancho, representando-lhe que D. Mecia era sua parenta por sua tia Berenguela: e que, se, conforme a lei de Deus, elle a não podia desposar, segundo a lei da honra, ainda menos o devia fazer, sendo D. Mecia estéril. N'uma palavra, dizião que devia largar esta mulher; mas o Rei lhe {7} estava tão affeiçoado, que, ou fosse por arte de magía, ou por causa da sua belleza, não podia separar-se d'ella. Hindo as cousas assim, e continuando ella a favorecer os conselheiros do Rei, mil extorsões, e mil rapinas se commettião, sem que nenhum cuidado dessem a ElRei, e sem que elle escutasse as queixas de seus subditos.

Os prelados do reino se queixárão, emfim, ao Papa Gregorio 9.º. D. Sancho fingio arrepender-se, mas depois voltou a seus primeiros excessos de fraqueza, que permittião toda a qualidade de dilapidações e violencias. A excommunhão foi lançada, mas só no pontificado do Papa Innocencio 4.º. D. Sancho, perdido em seus amores, resistio ainda. Comtudo, eis que um dia, estando em Coimbra com a Rainha, um certo Raymundo Viegas de Porto Carreiro, acompanhado de outras pessoas das fronteiras da Galliza, chegárão a esta cidade. Estes guerreiros se apoderárão de D. Mecia, que transportárão ao castello de Ourem. Então ElRei, seguido de muita gente, partio armado a requerer que se lhe entregasse sua mulher. Nada conseguio; elles a conduzírão á Galliza, e d'ali passou a Castella, d'onde não voltou mais a Portugal.

Mas como ElRei se não emendou de nenhum modo, nem os malfeitores recebêrão castigo algum, os prelados tornárão a queixar-se ao Papa Innocencio 4.º. D. Sancho foi advertido ainda outra vez, mas o seu fraco triunfou; decidio-se que um regente sería escolhido para governar o reino. Ora, os prelados escolhêrão, diante do Papa, que lhes pedira fizessem eleição d'um Monarcha, o Infante D. Affonso, Conde de Bolonha, irmão do Rei, a quem de direito tocava o poder.

ElRei estava em Coimbra, quando vio as cartas {8} do Papa, e as do Conde de Bolonha, seu irmão, que queria entrar no reino. As penas de excommunhão de que elle usava, a força que impunha aos rebeldes, o fazião obedecer. D. Sancho ficou perturbado, e muito mais o ficou ainda, quando seus máos conselheiros lhe disserão que não devia esperar que fizessem a menor resistencia ao Conde, e que lhe era mister partir para Castella a pedir soccorro a ElRei D. Fernando.

Pondo em execução este projecto, ElRei foi a Toledo contar a causa da sua hida ao Soberano de Castella, e dizer como o Conde de Bolonha pertendia usurpar-lhe o reino.

Com effeito ElRei D. Fernando se offereceo de motu proprio a mandar-lhe soccorro, e no mesmo instante ordenou que o Infante D. Alonso de Molina se dirigisse para Portugal, e que D. Diogo Lopez de Haro, senhor de Biscaya, o acompanhasse. Era este o proprio irmão de D. Mecia Lopez, mulher d'ElRei D. Sancho. Muitos outros fidalgos partírão com elles, mas já uma parte do reino pertencia ao Conde.

Todavia, quando o Conde de Bolonha soube da vinda d'ElRei D. Sancho, reunio certos prelados, que escrevêrão aos frades de S. Francisco da Covilhã, executores das penas fulminadas nas cartas do Santo Padre, afim de cumprirem o seu officio. Estes fôrão immediatamente ter com ElRei e com o Infante de Molina, e lhes advertírão, que, debaixo de pena de excommunhão, houvessem de respeitar as ordens do Papa. D'esta sorte elles não ousárão avançar além da villa d'Abiul; e, muito melhor ainda, tornárão a tomar o caminho que primeiramente havião seguido.

Então o Infante, e os fidalgos que vinhão com {9} elle, aconselhárão ElRei que ficasse em seu reino como lhe fôra determinado, ou que fosse com elles para Castella. ElRei escolheo não ficar em Portugal.

Depois d'esta vergonhosa fugida, quasi nenhuns fidalgos ficárão n'este reino que não seguissem o partido do Conde de Bolonha; porque, emfim, era Portuguez, filho de seu Rei natural, homem prudente e de bom governo. Mas quanto ás praças fortes, os Alcaides estavão tão constantes em sua lealdade que quasi não havia quem o recebesse de bom grado, por causa do juramento. Só Fernando de Taíde, Alcaide mor de Leiria, foi quem recebeo no seu castello o Conde de Bolonha, e por causa d'este unico facto, ficou reputado por infame entre os homens d'aquelle tempo. O author do Nobiliario ou livro das linhagens de Portugal, o Conde de Barcellos, o proprio neto do Conde de Bolonha, nota de traidores e cobardes a Sueiro Bezerra e seus filhos, porque, esquecendo-se de sua homenagem a ElRei D. Sancho, entregárão certas fortalezas que commandavão na provincia da Beira, e isto sem serem cercados.

Mas nem todos os Alcaides fizerão o mesmo e eis-aqui como se portárão com o Conde de Bolonha os que commandávão em Celorico, e se conservavão pelo antigo Rei na cidade de Coimbra.

Fernando Roíz Pacheco era Alcaide commandante da primeira d'estas fortalezas na Beira, mas tinha-se sempre recusado a entregar as chaves d'ella ao Regente, de sorte que o Conde, nada podendo concluir, nem com affabilidade, nem com promessas, lhe veio pôr cerco diante do castello. Muitos ataques fôrão renovados, mas, graças á fortaleza do logar, e á bravura da gente que Pacheco tinha comsigo, {10} as forças do Conde estacárão, e o cerco durou tanto tempo, que os víveres vierão a faltar aos de dentro. Virão-se então estes bem depressa reduzidos a uma tal extremidade pela fome, que, para não morrerem de uma morte desesperada, se achavão promptos a entregar a fortaleza.

Estando a ponto de soffrer esta vergonha, conta-se que Fernando Roiz se levantára um dia muito de madrugada, e que entrára a andar pelas trincheiras. Submergido em diversos pensamentos, não sabendo já, n'uma tal situação, a que se resolvesse, pedíra a Deus, que, por sua misericordia, o soccorresse n'um tal trabalho, e que sobre tudo lhe poupasse a vergonha, impedindo-o de entregar o castello a quem o não devia fazer.

Em quanto elle estava n'estas imaginações, vio levantar-se das praias do Mondego, que corre mui perto d'ali, uma aguia que levava nas garras uma truta mui grande. Como o passaro tomasse o vôo por cima do castello, eis que a truta cahio sobre as trincheiras. Fernando Roiz ficou um pouco alegre com este acontecimento. Depois uma idéa lhe occorreo de repente: vendo aquella truta tão bella, e tão fresca, mandou-a preparar, e meter n'uma empada, e depois enviou-a de presente ao Conde de Bolonha; mandando-lhe dizer que bem podia sustentar o cerco, quanto tempo fosse da sua vontade; mas que se era por fome que esperava que elle se rendesse, houvesse de considerar o que devião fazer pessoas d'aquella maneira providas, e com taes iguarias, accrescentando que era pouco provavel que o vissem entregar o castello contra a sua honra. O Conde, e os que estavão presentes, ficárão extremamente maravilhados, não sabendo como isto tinha podido acontecer. Vendo, pois, que de prolongar o cerco nada {11} de bom lhe resultaria, o Regente se retirou com o seu exercito.

Eis-aqui o feito do bom subdito.

Não restava em Portugal, da parte de D. Sancho, senão o castello de Coimbra: mas era a fortaleza mais honrosa do reino, porque esta cidade tinha o titulo de capital, e servia de residencia aos Reis. Quem ali governava era D. Martim de Freitas, Cavalleiro muito famoso, e de illustre ascendencia. Tendo o Conde feito todas as diligencias possiveis com elle para que lhe entregasse a praça, antes de recorrer ás armas, Freitas o desenganou de taes esperanças, e lhe disse: que em quanto vivesse ElRei D. Sancho, nada lhe seria entregue sem sua ordem; e que para elle, D. Martim, a morte ou os máos tratamentos erão cousa menos de temer que a deslealdade. Que portanto podia dispensar-se de lhe meter medo com a morte, ou com outros perigos, porque estava decidido a soffrer tudo; e que, finalmente, elle não estava no mundo para fazer estado da vida, mas sim para ganhar honra, e para a conservar. O Conde pôz o cerco, e fez atacar muitas vezes o castello.

Tanto valor se mostrou de ambas as partes, que de ambas igualmente houve ali grande numero de mortos e feridos; e ainda que os combates se renovassem, o alentado esforço do Alcaide e de seus companheiros era tal, que bem pouco servio o trabalho dos sitiantes. O Conde, indignado, fez solemne juramento de não levantar o cerco em quanto não obtivesse o castello por assalto ou por fome. Tanto elle perseverou, que as provisões e a agua começárão a faltar aos de dentro; chegárão até a comer as bestas de carga, os cães, e os gatos, e outras cousas desusadas, a que repugna o natural do homem. {12} O Conde, sabendo em que miseria estavão, e sentindo-se pesaroso de que homens tão corajosos soffressem tanto, lhes mandou pedir que se rendessem, dizendo-lhes, que, sem causa, se não matassem a si proprios; que não tinhão razão de crer que aquillo fosse proeza, que antes era loucura, porque nada poderião conseguir. D. Martim de Freitas respondeo, que, pela sua honra, não desistiria do designio em que estava.

Achando-se estes Cavalleiros, pois, em grande tristeza, eis que do alto do castello virão passar um Cavalleiro que a váo atravessava o Mondego, e cujo cavallo, saciado, de nenhuma maneira lhe importava beber. Magoados de se verem em tal estado, que até inveja tinhão de uma besta, começárão a lamentar-se, a dizer mal da sua sorte; e entre os que assim fallavão, havia parentes e amigos do Alcaide. Considerando o trabalho que soffrião, e a necessidade em que se achavão, sem esperança de ajuda ou soccorro, e meditando, além d'isso em que D. Martim era o unico que perseverava n'aquella obstinação, lhe disserão, que para terem vida, elle e os seus, era preciso entregar o castello. D. Martim lhes respondeo: "Deus não permitta que eu obedeça a um tal conselho, e que haja uma similhante nodoa na minha honra!" Elle accrescentou que não consentiria jámais n'uma traição igual á que lhe sería preciso commetter, se entregasse o castello a outro que não fosse aquelle de quem o recebêra em fé e homenagem; que um tal dever se não quebraria, pelo menos em quanto elle vivesse; que bem via a tribulação em que estavão com elle, e que a sua era maior, porque sentia o mal geral e o seu; mas que, se querião lembrar-se dos males, ainda maiores, que alguns cercados tinhão padecido para manter a sua {13} lealdade, elles soffrerião com mais paciencia. Deus queira, pela sua misericordia, continuou elle, soccorrer-vos, e fazer-vos sahir promptamente d'este trabalho. Algum dia vos alegrareis de ter para contar a vossos filhos os males que tendes supportado, e isto não será para elles uma fraca honra, nem uma fraca instrucção para a vossa descendencia. Hia-lhes tambem recordando, que, se obtendo alguma cousa de beber e de comer, elles salvavão sua vida, esta vida devia ser curta, mas que a infamia de não ter acabado com gloria cousa tão bem começada, duraria sempre. Demais, que tudo o que lhes pedia, era que, como homens que mais amavão o espirito do que a carne, o ajudassem, e não o deixassem á revelia, ao menos em quanto isto estivesse em seu poder. Finalisou com estas palavras: "O trabalho e a paciencia tem sido communs, a gloria seja tambem igual para todos." D. Martim de Freitas, para mais abonar a firme resolução em que estava, disse ainda "que a honra de sua filha lhe era mui chara, mas que mais depressa cederia de sua virgindade, que entregaria a fortaleza de Coimbra." Depois que D. Martim proferira estas palavras, ficárão como assombrados do seu zêlo, louvárão sua bondade, tomárão elles mesmos novo animo, e prometterão-lhe de satisfazer o seu desejo, tivesse ou não razão; accrescentando que em nenhuma circumstancia o abandonarião, e que antes succumbirião todos que faltarem a esta promessa.

O Cavalleiro e os seus continuavão a estar n'esta posição difficil, havendo já comtudo perto de um anno que ElRei D. Sancho tinha hido para Castella. Mas n'aquella epocha o Conde de Bolonha recebeo noticia certa da morte de seu irmão, e sentindo-se magoado da perda de tantos homens de bem, {14} e admirado de tão grande lealdade, lhes enviou munições de boca, assim como refrescos. Mandou tambem juntamente uma mensagem para o Alcaide, em que lhe participava que ElRei era morto, e que se elle queria pessoalmente informar-se d'isso, lhe permittia a elle, Martim de Freitas, a hida a Castella, e a volta á fortaleza, sem que, durante a jornada, tivesse receio de algum ataque da sua parte.

D. Martim foi a Toledo, e bem que soubesse de todos que ElRei D. Sancho era morto, bem que lhe mostrassem onde estava enterrado, ainda isto o não satisfez. Para adquirir mais certeza fez levantar a pedra que o cobria, e quando conheceo bem que era elle, diz-se, que, diante de numerosas testimunhas, quiz satisfazer todas as promessas d'homenagem: pôz as proprias chaves da fortaleza no braço direito d'ElRei D. Sancho, e authenticando esse facto com notarios publicos, de quem requerêra a presença, fez fechar o tumulo.

De volta para Coimbra, entrou de noite, e em segredo, no castello: foi d'ali que no dia seguinte, de manhã, enviou a dizer ao Conde, já reconhecido Rei, que fosse tomar posse da praça, que elle D. Martim de Freitas podia entregar-lhe. ElRei se dirigio á fortaleza, e foi o mesmo Alcaide quem lh'a abrio. Então, pegando pela mão de sua mulher e filhos, os pôz fora, dizendo-lhes:

—Deixemos este castello a quem pertence. Depois, pondo um joelho em terra diante do Rei, e pegando nas chaves da praça, lh'as offertou, pronunciando estas palavras:

—Senhor, pois que aprouve a Deus que D. Sancho, vosso irmão, morresse, tomai as vossas chaves e o vosso castello. D'ora em diante vos terei por meu Rei e Senhor; e ao mesmo tempo mostrou a Affonso {15} as escripturas que mandára fazer em Toledo, para sua honra e descargo.

Um Cavalleiro que estava presente o interrogou, dizendo: Porque não pedia perdão a ElRei de todos os desgostos que lhe havia causado, e do aggravo que lhe fizera, deixando matar e ferir tanta gente, e negando por tanto tempo ao seu Soberano a entrada de uma praça que era sua.

Como D. Martim de Freitas quizesse desculpar-se, e mostrar que similhante cousa se não devia esperar d'elle, ElRei acudio promptamente em seu soccorro, dizendo que D. Martim não tinha de que pedir perdão; que não commettêra falta alguma; que antes, bem ao contrario, a sua acção valorosa era de louvar, digna de um bom Cavalleiro, e de um fidalgo leal; e que em memoria d'este feito lhe entregava o castello, para que elle e seus descendentes o guardassem, sem que elle nem seus successores fossem obrigados ao juramento de fidelidade.

D. Martim respondeo a ElRei que olhava esta offerta como uma grande mercê, mas que de nenhum modo a acceitava; e que amaldiçoava seus filhos, seus netos, e todos os seus descendentes, se por um castello chegassem a prestar homenagem ao Rei, ou a qualquer outro individuo.

Eis-aqui o que era a lealdade Portugueza.

FIM.